A CABEÇA EM FUZUÊ

No vale a grande cachoeira
Protegida por um lindo bambuzal
Água correndo em cascata
Em volta um arco-íris
No banho uma linda gata
De lindos e largos quadris.

O seio exalando aroma de amor
Corpo com cheiro de açucena
Alma pura com a flor de lis
Nela eu estava encegueirado
Vestindo a cor do pecado
Do jeito que eu sempre quis.

Na cadeira ela encenava
Sentada de perna passada
Mostrando aquele rabiote
Querendo meu coração massagear
Com sede querendo ir ao pote
Sem poder me controlar.

Uma cena de amante louca
Olhar de desejo e prazer
Querendo me enfeitiçar
Nos lábios sinto o seu querer
Minha cabeça em fuzuê
Armado querendo lhe fuzilar.

De frente para o pecado
Um coração que acelera
Uma flor que desabrocha
É a luz que me ilumia
Diante de uma grande tocha
Nas veias o sangue fervia.

Cura a alma e o espírito
Seu corpo nu me conforta
Um manancial de ousadia
Caminhando é pura sedução
Pisoteia meu ego e o coração
Pecado em forma de fantasia.

Gilvan Bulhões – Recife, 31/12/2013

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