Posfácio número 4

 No arquear das costas

Uma música elucida-te
A vontade de desaparecer
E um  motivo pra mim
 
Sopro as velas
 Já sem vontade
Sem misericórdia
Não sei quem eu sou
 
Bobagem, só você quem sabe
Mas quem? Quem agora?
Tudo desmorona
E a sobra, os restos
 
Resta um, resta um
E não és tu
Até nesse jogo eu perdi
Nada demais, patético
 
Mas é difícil, não é difícil?
O que esperar?
O mesmo , sempre mais do mesmo
E  que se foda
 
 
 
Não tem nada
O sol vai nascer de novo
Todo dia essa merda
Pra me acordar
 
Pra me lembrar que eu não devo
Do que eu não devo
E não tenho pra dever
Escrever é sobra também
 
Você que me ensinou
Papel rasgado
Dobrado, danificado
Não pode voltar ao que era
 
Mas eu não aprendo
 Não apreendo
Nem te condeno
Tampouco te odeio
 
De fato, nada
De direito, que direito?
Não é direito
Não insiste, não me consola
 
 
 
Deixe-me, por todas, de uma vez
Pra que de uma vez
De vez em quando
Eu possa sonhar sozinho
 
E
Ao menos
Ter
Paz...
 

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