O último novilúnio

O último novilúnio


Mal o sol debandava em retirada

A lua despontava em novilúnio

No silêncio só uma aragem soprava.

No seu peito profundo infortúnio


No pobre casebre de pau a pique

Onde há mais de cinqüenta anos vivia

Sua companheira teve um chilique

E entrega a alma, a quem o mundo cria


O intenso golpe da separação

Mutilou-lha a esperança de vida

Só angústia em seu pobre coração 

Solidão, a cada dia mais sentida


E no lúgubre casebre miserando

Onde de dia entrava a luz do sol 

E à noite o luar, o iluminando 

É hoje negrume, sem o arrebol


A doce e amada esposa que partiu

Era a intensa luz do sol, era a lua. 

A dor lancinante que ele sentiu

Mesmo que viver possa, continua


Não esquece a afeição tão meiga e doce

Dum amor que foi puro contentamento,

Alegria, e mesmo que assim não fosse

Foi um raio de sol no firmamento!


Porangaba, 15/08/2013

Armando A. C. Garcia


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