Ó solidão diária,
Por que te chegas a mim?
Acompanha-me nas horas vagas!
Eis que te tenho minh’amiga...

O meu sofrer também é o teu,
É nas minhas lágrimas que tu te banhas...
Já não sou sozinho durante o dia;
Já não sou sozinho durante a noite.

Ó solidão, prometa-me
Que estarás comigo até o fim_
Não por pena;
Não por dó;
Não por misericórdia,
Apenas para preencher o vazio
Que há sempre em mim,
Como uma boa companhia!

Quando chegar o anoitecer,
Não tarde em deitar do meu lado,
Para juntos adormecermos,
Sem que saibam dos nossos segredos...
Essa dor contínua que me sobre cai,
Nos fez aproximar sem medo...

Ó solidão, se não fosses tu,
Quem agora estaria comigo?

“Ela me abandonou porque quis”,
O meu coração agora sofre o baque!

Ó solidão minh’amiga, chamo-te assim,
Pois te conheço como ninguém,
És a única que estás ao meu lado,
Nesse meu eterno sofrer...
 

Jairoberto Costa
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