Nego negrão
Caiu no alçapão
Acorrentado por uma ilusão
Nego neguinho
Foi tratado como bicho papão
por querer comer um caroço de feijão
nego negrão
comem sim
junto as traças
que vivem no lixam
nego neguinho
que fizemos?
Para marcarem nossas mães
Nego negrão
Não sei não
Nego neguinho
Que fizeste na cozinha
Derrubas-te a farinha
Ou matas-te a galinha
Para merecer essa tapa
Em vida
Nego negrão
Nos engoliram e mastigaram
Chicotearam e continuam a pisar
Nessa pele escura porem pura
Nego neguinho
Pensaram tu ter pele de espinho
quando tentaram te esvair
nego negrão
meu caro irmão
que foi que fizemos
para continuarem a marcar nossas mãos
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença