O que chamam de guerra?
Será a necessidade de paz?
Eis meu pranto...
Lágrimas teimam em rolar,
Clamo por amor!
Mas por que meu Deus?

Todos fogem,
Alguns morrem,
Mas eu estou aqui!
Eu suplico,
Sinto a fé desmoronar,
Sinto a ânsia do entardecer.

Meus olhos para o mundo eu fecho.
Meus soluços se confundem com os gritos do teu povo.
E esta cor que tanto amei
Hoje escorrem pela vida, ofegante...
Esvai dentre tuas,
Minhas mãos.
Para onde vamos todos se meus pés já não tocam o chão?
Se minha vida foi tomada pela maldade,
Crueldade,
Desejo de morrer...

Vejo apenas nuvens de sangue,
Corpos mutilados pela ilusão,
Eis a guerra interior,
Eis minha vida sem ardor,
Sem paz,
Sem amor.

Meus sentimentos são apenas traços do teu desapego humano,
E meu sepulcro é a dor do amanhã...
Meu consolo são estas flores,
Juradas de ódio,
Arrancadas de seus destinos,
E que agora,
Exalam compaixão.

O que me dizes da lástima que te causei?
Sou apenas alguém,
E tu,
Deus de ninguém.

Guerra...
Quem vai entender que lado tem razão...

De uma coisa eu sei:
Todos perdem alguém,
Algo,
Alguma coisa...
Mas todos perdem...

Fpolis/2002