Minha filha é assim:
Cada uma, nunca duas,
Porém três!
Um pedaço de água,
Que toma forma do dia,
Que ocupa o espaço do corpo,
Que abre a nova porta, a nova vida,
Que talha a nova estrada.
Minha filha é assim:
Cada uma, nunca duas,
Porém três!
Força nova, toda minha na beleza
Da transformação que muda o sentido
Do sujo no limpo,
Do morto no vivo,
Do fim no início,
Do nunca no eterno.
Minha filha é assim:
Cada uma, nunca duas,
Porém três!
A sensação de achar o perdido,
O prazer do entendido no lido,
A ternura da flor no vazo,
Que vaza e fura o inatingível,
Do profundo desconhecido no mais
Belo dos momentos:
Quando do seu primeiro sorriso!
Sei lá, do primeiro choro,
Da primeira fralda molhada,
Do primeiro e único umbigo caído,
Do primeiro passo, do primeiro dente,
Do primeiro sorriso, da primeira palavra: Pai!
Minha filha é assim:
Amor puro.
Não um,
Nunca dois,
Porém três.
Ah! Me esqueci, quatro!
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