Serei eu mesmo as palavras dos versos que recrio
Reinventando rimas, numa singela pantomima 
Arauto dos desejos que por vezes me alucinam
Maestro de uma infinda e sufocante sinfonia


Fazendo versos como quem recria a fantasia
Revivendo sonhos, como quem fantasia a alegria
Como um palhaço a viver dos sorrisos que fabrica
Enquanto o próprio coração se desfaz em agonia.


Finjo achar pequena a dor que julgo imensa
Na plenitude de um amor que na verdade
É exíguo de sentimento em sua essência
E sigo em frente, como quem não reconhece a indiferença


Paro estático, imóvel diante do silencio que vira poesia
Sinto-me vazio novamente, numa tristeza que beira a agonia
E baixo os olhos para a folha que a minha frente se apresenta
E passo a ser a dor da qual meus versos se alimentam.