Inspiração

Devaneio...
Costurando, em linhas tênues,
À procura da palavra do poeta.
 
Embaraçando rabiscos incompreensíveis
num papel amassado.
Psicografando um surto de inspiração volátil.
 
Concateno palavras desconexas,
em busca de um sentido poético,
Misturando sentimentos e sensações ao acaso.
 
No silêncio do meu respirar...
ouço os flashes da minha memória a capturar frases
que não esperam o momento certo.
 
E os dedos... Num deslizar frenético
sobre as dobras do pequeno espaço branco,
frisam o fotografar neural numa imagem real escrita.
 
É o momento...
em que o coração palpita emoções narcisistas,
paternas, talvez – e abraça a cria num suspiro suave.
É neste instante, congelado no papel,
que reside a inspiração, essência do poeta.
 
 
                                                                                                        JB 
                                                                                                 30/01/07

O poema foi escrito durante uma viagem de onibus

JB.
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