sozinho e complicado

sem fé nem razão.

ouvindo uma nova canção

 

há três dias,

sem depressão

 

sozinho

sem angústia

calado,,

tentando não pensar

no que foi em vão,

no vão que é a vida

 

esteriotipcamente normal,

cansado desse normal

sem nada de inusitado

deitado ou sentado.

 

nem filho ou mulher,

falando comigo mesmo,

sem um amigo sequer

 

comida não cura ferida.

aliás, nem mesmo há a ferida

o segredo esconderá

a vida, dos seus mistérios

 

numa meticulosa,

audaciosa rede de vaidades

de ouriçados ouvidos

sem sentidos

 

querendo saber

do quê, de tantos quês e porquês?

que o saber

do viver

fora dominado

por mim e você

 

em um futuro

bem passado

passado apressado

à limpo,

a ferro de brasa

 

ferido

de deveras verdades e mentiras

massacradas pelo vento.

o peso do tempo e o vento

 

um peso profundo

das faces ocultas desse mundo,

que nada tem a perder,

se você enlouquecer

 

pensando em concertá-lo

causando calo, 

em meus neurônios

para ouvi-lo

 

se és longe

ou perto,

acolá

ou ali.

deserto

 

decerto, 

que fiquei,

andei e parti,

basta querer

basta ouvir, 

a si.

mesmo,

a si

e eu fico por aqui 

para a sua cabeça náo confundir.