Na sombra do sol,
Quando a flor acordou da noite,
Entre o orvalho singelo
E o verso dos pássaros...
Você...
Assentou em meu corpo,
Tão frágil...
Tão bela.
Incomum no norte, 
Como a primavera.
Pura essência da luz.
Versão única e mais cara,
De toda a minha necessidade.
Aquela cor... 
O voo sintético no silêncio tímido,
Escondido em toda emoção,
Que o espaço feito em laço,
Me asseverou ao coração.
No tocante,em brisa, em voz d' alma.
Vi em sua candura minha alma sucumbir,
Aceitando o limite da liberdade na morte;
Concordando com a efemeridade da sorte.
Por isso, em carcere,  segui religioso a frase,
Que a real imagem, de amor e vida,
Me anexou.
Não es tu a resposta as dores;
Não sou eu  o fim...
Mas a diferença, que a esperança
Precisa para fazer o futuro existir.

Raimundo Alberto Tavares Amoêdo
© Todos os direitos reservados