Lá no meu pé de serra
Tinha festa pra valer
O caboclo Zé miúdo
Arrumou uma mulata
Que gostava de beber
Saíram dançando o trote
E pisou no pé de um moço
Que era bravo pra valer
E desafiou a mesma
Querendo até lhe bater
O caboclo da cintura
Puxou pelo seu facão
E fez um circo pra ver
Quem era o valentão
Que pudesse aparecer
O sanfoneiro correu
Com o seu fole no peito
O tiro comeu de graça
Derrubaram a barraca
O povo correu em massa
Veio á velha Vicentina
De saia muito rodada
Que era a dona da casa
Gritando embriagada:
A festa tá acabada!
Um bêbado chega pra ela
Mandando-lhe ir pastar
O Tonico seu marido
Correu pra lhe defender
Mais saiu morto de lá
A garota Mariquinha
Que era filha dos dois
Veio ver o que havia
Logo pergunta o que foi
E um malandro assobia
Com certeira cacetada
Caiu sem vida á coitada
Veio á polícia em seguida
Levou presa muita gente
E cinco estavam feridas
Hoje se vê cinco cruzes
No lugar que era a festa
O mulato e a cabocla
Ficaram enterrados lá
Com três membros da orquestra
Naquele lugar então
Ninguém se atreve a passar
Pois se houve um barulhão
De alguém a soluçar
E se ver assombração
Eu creio muito em Deus
Mais tenho medo também
Não passo mais no lugar
Isto é coisa do maldito
Ninguém passa mais por lá
A bebida é tentação
È um vício perigoso
Faz mal a qualquer vivente
Quem bebe perde o respeito
De Deus e de toda gente
Perde todo seu valor
E por todos é manjado
Valor nenhum mais tem
Fica mal acreditado
Se tornando um João ninguém
Eu não dou valor a bêbado
Procuro passar distante
Só tem conversa fiada
É um ser indesejável
Que pra mim não vale nada
Aconselho aos que bebem
Que deixem este feio vício
Fuja deste mau costume
Não bebam o primeiro gole
Não use droga e nem fume
São vícios abomináveis
Que o demônio criou
Tem tanta gente sofrendo
Querendo se libertar
Pois estão quase morrendo
Orem e peçam a Deus força
Para a bebida evitar
Ele é grande e poderoso
É só quem pode ajudar
A ser um VITORIOSO.
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