AS TRÊS FACES DO AMOR

 
AS TRÊS FACES DO AMOR
 
I
 
O amor é uma criança solitária
Encarando a imensidão
Perguntando a deus o motivo
Por que da solidão
 
A face amarga, os olhos inundos
Vivas lembranças!
A boca fina uivando agonia
A dor da esperança
 
Os braços pálidos por sobre a tez
Um choro incontido
Uma fraca luz púrpura
Um sonho perdido
 
O coração feito um retalho
Ferimento desfigurado
Definhando as carências
Dum corpo abandonado
 
Os dedos finos em comunhão
Os pés em procissão
O peito trêmulo em oração
Pede a deus redenção
 
II
 
O amor é a brisa da praia
Nos pés descalços
A marca da união na areia
Do calor libertado
 
É a canção que não se ouve
Intensa vibração
A pureza da poesia
Em notas de canção
 
É o esplendor dos céus
Mistério infinito
Liberdade da compaixão
No ombro amigo
 
Encantamento das matas
Na ânsia inesperada
Reconfortante coloração
No leito das águas
 
É tudo que dá a natureza
Na vivência da harmonia
Percorrendo com a beleza
O amor das nossas vidas.
 
III
 
O amor é trivial, deveras irreal
Confundido ao desejo
É necessário como um todo
No volume do beijo
 
É carecer alguma criança
Com sinal de vida
Mostrar aos seres humanos
Sua alma bendita
 
Correr ante a felicidade
Fazer valer a nostalgia
Desvencilhar-se de amores perdidos
Erguendo-se em cada dia
 
Mostrar ao mundo ao que veio
Que se tem valentia
Combater a própria inveja
Com a própria simpatia
 
É amar a si mesmo
Ao que será amado
Proteger quem se ama
Destacar-se do pecado
 
 
Allyson de Andrade Guerra
 

Allyson Guerra
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