Certa vez me compararam ao ferro.
Mas não era tão fria e tão dura,
E não tão quente a ponto de ardidura
_Devia ser erro.
Mas hoje acordo, meus sentidos não despertos,
Sinto o corpo gasto, terrível contratempo,
Sinto a ferrugem, que me alcançou no tempo
_Vi que estavam certos.
Antes cria a ferrugem ser um triste desterro,
Que destrói os corpos, que detém as mentes,
Que contamina a alma pouco esperta.
Sinto agora, a ferrugem com que me encerro,
Como a ferrugem que me corrói as correntes,
Como a ferrugem que me liberta.
Diferente do que muitos pensam, a ferrugem pode não ser sinônimo do desgaste físico. Neste caso ela representa apenas o arrependimento, que é resultado do desgaste emocional e intelectual.
Talvez, neste caso, seja a ferrugem uma boa coisa, algo que, atrávez do próprio desgaste que nos causa, nos propõe a reciclar nossas atitudes e encontrar novos rumos para nossas vidas.
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