A monstruosidade do meu ser

Ornamentado de desgraça e vício,
Maculado por todas as misérias,
Contemplando a beira dum precipício
E pranteando as dores mais funéreas!
 
Assim sou eu... Talvez um abortício
De angústias vis e mágoas deletérias.
Vivendo a sugar o excrementício,
Quais as larvas, parasitas, bactérias!
 
Sofrendo sempre dum penar profundo,
E sempre... Sempre inadaptado ao mundo,
A exalar sangue das cruéis feridas!
 
Não! Não vos achegueis em demasia!
Sob o risco da atroz melancolia...
Avassalar também as vossas vidas!

Thallyson Tamberg
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