Foi embora o meu amor
me deixando a solidão
Ficou no meu coração
pulsando esse amargor
Sinto no peito uma dor
de espada passando o fio
Não sei se alguém já sentiu
com tamanha intensidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
Meus dias são de desgosto
desde a sua despedida
O tamanho da ferida
no meu lamento é exposto
O pranto banha meu rosto
e vai descendo sutil
desaguando como um rio
num mar de infelicidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
A saudade quando aflora
seu travor dentro de mim
é como aquele cupim
quando a madeira devora
e depois que vai embora
por dentro deixa vazio
Vou sentindo um calafrio
de uma outra qualidade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
No meu peito a amargura
de não ter você comigo
é para mim um castigo
Ferida que não sutura
Essa dor que me tortura
multiplicada por mil
é um estado febril
sem prazo de validade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
Saudade devia ser
ligeira recordação
Ocupar o coração
pra não fazê-lo esquecer
Mas quando nos faz sofrer
é um sentimento hostil
que eu já não diferencio
de uma grande ansiedade
VOCÊ NÃO MEDE A SAUDADE
QUE DEIXOU QUANDO PARTIU
© Todos os direitos reservados