Não! Não sei dizer o que vejo agora.
Talvez uma frágil lembrança do passado recente,
Talvez uma pequena peça inacabada de uma vida curta,
Ou uma imagem por uma fenda na janela da vida,
Vejo saudade no verso interrompido pela estrada que se partiu,
Vejo os caminhos que seguiram sozinhos, mas não se perderam,
Vejo os lábios que se desejam, as mãos que se tocam, o pensamento,
Que mesmo distante aproxima.
Não, não vejo certezas, pois as certezas são construtoras da estagnação
Da vida, do amor, do riso, do adeus e da dor.
Quem somos nós que nos vemos agora diferentes, porém idênticos?
Onde estou eu? Onde estarás tu?
Procuro-me em você e espero sempre  encontra-la em mim!

Jânio Cézar Muniz
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