Olá, indesejada das gentes!
Olá, destino de todos!
Bem-vinda, maldita!
Por que demoras tanto?
A vida é comédia infantil,
Drama adulto.
Tragédia final.
Ainda não acabou?
Olá maldita!
Minha porta está aberta.
Por que passas reto?
Por que não entras?
Minha saúde já acabou.
Meus sonhos, também.
Meus bens... já levaram.
Em mim, só essa dor no peito,
Só desilusão e saudade;
O que há em mim não é mais vida:
é sobrevida; e eu não sou sobrevivente!
Fui vivente plenamente feliz.
E não aceito menos.
Estás escutando, maldita?
Onde estás, que não me encontras?
Não aceito esmolas!
Não aceito merrecas!
Tento cegar, não enxergar,
Não perceber o meu drama.
Mas continuo enxergando,
Cada vez mais...
E cada vez mais me desesperando,
Esperando por você,
pela paz prometida,
pelo esquecimento,
de acertos e erros, de amores e ódios.
Olá, ente abjeto!
Olá, traidora!
Olá, vagabunda!
Olá, desmemoriada!
Vem trabalhar maldita!
Acaba logo com tudo!
Cachorra vadia!
Quem te impede de me visitar?
Jesus? Maria?
Peça a eles meu passaporte, ente escroto!
Ainda tenho algo a fazer por aqui?
Ainda não cumpri meu destino?
Ainda não terminei minha missão?
Já preparei meu epitáfio:
“ Finalmente acabou!
Vou prá não voltar!
Não sou daqui!
Graças a Deus! “
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