Que silêncio! Que noite!

Será que consigo ver a lua?

A música que toca no rádio, me traz a fantasia de te encontrar...

Te reconheço em meio a multidão quer nem mais existe.

Você tem uma expressão sutil. Sorri.

Traduzo num suspiro a sua satisfação.

Fico sem jeito. Mas gosto!

Fico escabreada mas, concordo, é tarde demais para temer.

Nos olhamos...

Um vento frio passa, me lembra aconchego...

Você respirou fundo, quase me confundi;

Tudo bem, foi só por um segundo.

Não falamos, não perguntamos.

Pra que respostas?

Nosso olhar nos basta.

Nossa compreensão silênciosa é perfeita!

(...)

Mas num vacilo da certeza, que de surpresa apareceu,

pergunto a mim mesma:

- Se eu me atrever a mudar o momento, rompendo o silêncio,

e te pedisse um abraço?

O que aconteceria? O que você me diria?

E, se eu não falar e você não disser,

por quanto tempo, nos entenderíamos?

Nosso olhar nos basta?

(...)

Voltei!

A música que toca no rádio não é mais a mesma.

Ainda há um silêncio... penso em você.

(lembrei que hoje não é dia de lua)

 

Nanne Cardoso
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