Quisera eu ser uma borracha
Pra apagar apenas um dia
Assim você não seria o filho da saudade
Da voz não ouvida
Da perda mais que doida
Do choro solitário
Estação de minha vida.
Dor maior que eu.

Quisera eu ser uma caneta
Pra reescrever apenas um dia
Dia de sua partida
Separação ventricular
Dia em que seu hábitat deixou de ser também o meu
Passagem de minha morte não consumada
Consternação de mãe
Sangue de coração imaculado.

Mas sou eu hoje
Apenas uma folha de papel em branco
Dobrada por horas sofridas
Condenada a reescrever todos os dias
Minha historia sem você
Suspiro do termino de uma de minhas vidas.
Dor que não se apaga, nãos se escreve
Eternamente se dobra e vive.
Luto de mãe
Pesar que se propague... Por não ser eu a única.

Neila Janeia
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