Poema sem medidas (ou Eros e Psique)

Poema sem medidas                                           (ou Eros e Psique)

                                    
 
Niilismo! Nada!(cientista?)
Guerreiro matador de paixões sufoca no peito
Na face, no geito, no não saber de si
O indisfarsável defeito das mil multidões...
Um músculo louco bombeando sensações despertas assim
Sem mais nem por quê nem outros porquês
 
O  que contra si teimava em dizer
Que não poderia existir
A não ser
Que um anjo travesso
O tão apregoado e infame infante
Sublime vulgar criatura etéria
Lhe invenenasse o seu miocárdio
Galopante animal
 
O que se esperar de um credo tão vão
Tão Cheio de lentes,  vapores, deleites noturnos e horrores
Um anti-arbítrio vil e absurdo
Que te subordina a ser livre
Somente
Se quiser amar solidões
 
Tantos anjos caídos a perambular nos desertos tão públicos de gente e tão de ninguém
Até resolverem somar-se
Até que decidam morrer suas asas
Por tantos gemidos vazios
Por tantas palavras sem alma
Por já tanto Eros sem dôr
Sem os desesperos de
Um eterno amor...
 
Aquele que rouba o perfume do instante
Que a eternidade inveja no tempo
Que o fim permanece dizendo que foi
Um mero infinito que acaba depois...
 
Detalhes contrários a complementar
Razões ou desejos expulsos de um Éden a sós
Toda imperfeição que vem lhe coroar
Que vem te lembrar :
Já não podes ser Deus
Se me abandonar...