O Tempo escorre
P´los dedos percorre
Caminho vazio
Num tempo sem pio.
 
Foge-me o Tempo
Sem registo
Com lamento
Do que não invisto.
 
Escorre-me areia
P’los largos dedos
A água medeia
A velocidade, os medos.
 
São tempos
Foram tempos
Partiram alentos
Sem deixar rebentos.
 
Como me foge
Esta fina areia
Que os dedos rodeia
Num simples movimento…foge
 
Os minutos são grãos
A cascata as horas
O monte nas minhas mãos
A vida sem demoras.
 
Escorre sem parar
Num movimento forte
Como que a preparar
O fim, a Morte.
 









Fecho as mãos cheias
Com a força que tenho
Faço-o com o empenho
De guardar o Tempo em teias.
 
Tenho a esperança
De sentir o sabor do Tempo
Do bendito Tempo
Que viaja na lembrança
 
De mim no universo
Que fui alguém
Neste espaço inverso
Que me fez refém.

Tenho as mãos fechadas
E a areia vai caindo
Devagar vai saindo
Destes meus dedos colados.
 
Sinto-me frustrado
Não consigo agarrar
Ter o tempo a meu lado
Sabê-lo Amar.
 
Em definitivo
Abro as minhas mãos
De joelhos, sem ar nos pulmões
Deixo-me vencer…ser repetitivo.
 
Destas lágrimas a jorrar
Formaram-se os rios
Tristes correram frios
Formaram no Mundo o mar.





































 
 
 
 
 Vítor
06/2011
 

Vítor Pereira
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