Com o corpo entregue ao nada, observo o meu amigo e algoz.
O Deus sem face que rouba-me toda a juventude e beleza.
Anjo que cura os males da alma, o mesmo monstro que tambem a enfraquece.
Em seus artífices, o barco dourado da vida e o trem gélido da morte,
o qual somos conduzidos como carneirinhos a todo custo.
Como contê-lo? Quem seria louco de desafia-lo?
Com sua lança cortante novamente me golpeia, já não possuo o mesmo
rosto de antes e uma nova marca surgue a cada instante.
A mão amiga que consolou o meu peito é a mesma que agora o dilacera.
Sem nunca retroceder, ele me impulsiona adiante. Sempre em frente!
Desta forma sigo, amando-o e odiando-o. Ele que sempre esta a meu lado,
Como um inimigo ou aliado.
Tempo... Erguendo-me novamente, para depois, jogar-me ao chão.
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