1986
Embora eu seja o executor,
tenho aqui palavras amigas,
eu sei! O seu sonho acabou,
a sua história vai ser antiga.
Quando o machado subir,
se arrependa de tudo o que fez,
das pessoas que você destruiu,
agora chegou a sua vez.
No patamar do seu final,
subindo o último degrau,
ira chorar sua última lágrima,
porque antes tu fostes mal.
Seus olhos serão vendados,
pra não ver a morte chegar,
quantos olhos tu deixou no escuro,
quantos gritos, sem nada enxergar.
Quando o arco ferir tua carne,
num ruído tão seco e hostil,
não haverá nem amanhã nem tarde,
e falar de você ninguém ouviu.
Esta é a sua verdade,
apesar de viver na mentira,
a todo instante surge um fato novo,
pra somar com as maldades e iras.
Quantas casas abertas,
e o choro a invadir o porão,
e quem sabe um dia acabar,
matando o mal pela raiz.
O sol voltará, voltará,
a brilhar mais forte.
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