Existo no tempo que me faz presente
Em qualquer ponto a mercê da vida
E na história de um enredo deprimente
Contada em versos minha alma perdida

Apostei a vida por um destino diferente
Pelas cores do entardecer um sabor de despedida
Na contramão do tempo por um desejo persistente
Passei a viver a saudade que me acompanha nesta ida

Corria os dias aumentando cada vez mais a solidão
Sentia medo, angústia, pelo isolamento da distância
Rostos desconhecidos, um mundo preso a ilusão

Tristes noites que o luar acendia a sensação
Da exclusão imposta pelo tempo que sem tolerância
Adiava meu retorno neste soneto que é apenas introdução

 

Murilo Celani Servo
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