Outono; Avenida da Serenidade

Outono;  Avenida da Serenidade!

No prédio do tempo,
O ano tem um apartamento;
Um tê quatro
E nele o Outono  um quarto,
Cuja janela dá para a Avenida da Serenidade
E nela vê folhas,
Feitas lágrimas, caindo no chão
Em melancólico e operático bailado,
Com marcas do Verão passado!

O Outono,
À janela do seu quarto,
No apartamento do tempo,
Contempla a sua própria aguarela;
Crianças, jovens, e de meia-idade,
Passeiam, suavemente,
Na Avenida da Serenidade,
Até à chegada do Inverno
Que é  quando o Outono recolhe sua aguarela
E fecha a janela,
Vendo,
Entre frestas das persianas
O Inverno a varrer a Avenida da Serenidade.

Quando possível o Outono dá vida à Avenida
Com um pouco de Verão, antes por si guardado,
Enquanto espera pela sua amiga Primavera!
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
 

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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