Rogo pelo afago do tempo precioso,
que ele me abrace dias mais curtos,
que ele me beije alegrias mais longas.
Ímpeto de ações impensadas...
efêmero... nada mais que efêmero!
Quero uma razão cordial para o tempo.
Quero amar e pensar com o tempo...
Pensar sem este tempo traz fobia,
traz o medo de ser só instante perdido,
traz a dor de partida num verso de poesia.
Mas nestas horas meu coração perde tempo...
e, por perder, pede; e, por pedir, ganha.
Com um tic-tac atrasado de um relógio
meu coração, em poucas letras, clama.
Neste clamor escrito posso escutar
uma voz que canta e vem me abraçar
fazendo-me esquecer do tempo...
Mas passam-se horas e os pensamentos gritam
mais alto que o canto, mais alto que o relógio.
E continua a agitação, na calmaria da noite.
Na escuridão peço uma luz, em prece, com pressa.
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