Estou sentido teu perfume me tomar
Na corrente de ar
Que inebriante vem
De que lado não sei bem,
Mas sinto que é do lugar
De onde moras.
Bem cedo, ainda quase manhã,
Perfume de amora,
Sabor de hortelã,
Deixando-me embriagado.
Estou sentindo o teu cheiro
E este gosto que é só teu
Aqui na rua das flores.
No meu rosto,
Todo sentimento estampado
Naufraga as meninas dos olhos marejados
E neste calor de agosto
Invade-me todo corpo
Um rio de saudade perfumada.
E quanto mais venta,
Circunvaga-se-me teu cheiro
Na corrente de ar banzeiro
E mais aumenta tua presença.
Tua fragrância tão nítida
Em'inha mente o arco-íris
De tua imagem aqui na rua das flores
Colorindo minha vida.
Dissolvidas em ti, minhas horas,
Sob o sol de agosto
Aspirando o teu gosto
Que a corrente
De ar quente
Sopra de onde moras.
Todo tempo inteiro
Sentindo o teu cheiro
A invadir minhas narinas.
E uma paixão perfumada
Inunda-me a saudade ilimitada
Feito espessa camada de resina.
Curitiba, 26/10/2005
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