trago em minha mão

na palma gravado

curvas lidas
por sinas de incompreensão
sulcos de solidão

trago no meu rosto
rugas de cansaço 
que inundam meus olhos
buscando no seu traço
leitos de rios navegados
cúmplices de prazeres 
na memória do tempo
 
trago na minha boca
o sabor amargo doce
dos teus lábios
feridos de solidão
marcados de ilusão
em ilusão 

Emílio Casanova, in "Coisas do Coração"

Emílio Casanova
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