Minha Alma vaga pelos tristes caminhos do arrependimento
Ouve-se seus passos do outro lado do vale
O andar lento a deixa com a respiração ofegante, como se estivesse correndo
Passa por outras almas que agonizam diante de tanto sofrimento
Perdida, ela passa anos e talvez séculos sucumbindo
Aparenta estar velha e deformada. Seus detalhes enrugados só mostram que jamais poderá voltar no tempo
Minha Alma olha em cada alma as feridas que provocou e se depara com tanto lamento, que a missão de cura se torna impossível.
Não... Não há cura no lugar em que ela vaga, apenas o som de choros, ruídos agonizantes e pedidos de libertação.
Sem ver uma solução, ela continua a vagar sem querer uma luz encontrar
Não crer em paz, não crer em luz, não crer em redenção
O escuro, o sombrio e o calor já não assustam, pois de certa forma era lá que o seu lugar estava guardado
Ela reconhece alguns rostos que a querem sugar
Sente uma hostilidade de todos que a cercam e assim começam a insultá-la
Alguns apenas olham com desprezo e outros só querem escravizá-la por toda a eternidade
Gritos de horror são ouvidos durante o percursso
De olhar baixo, ela continua caminhando esperando sua hora chegar para ser chamada
Condenada por erros, sabe que será crucificada.
Seus medos, sua ansiedade e seus desejos já ficaram perdidos para trás
Sem poder gritar por socorro, ela apenas usa as palavras como escudo:
"Ainda Que Eu Ande Pelo Vale Da Sombra Da Morte, Não Temerei Mal Algum"
Escrito por: Monique Machado
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