Alma solta
Salta, voa, desvencilhasse dos pregões da bolsa e da cruz
reluz, brilha e seduz
canto como o galo nos telhados das igrejas
ora veja!
Isso é um canto matinal!
Terra santa
ninguém aguenta
virus mortal nas façanhas
sonho ardendo nas entranhas
Coca-Cola e Agua Benta
Você lembra de mim?
Eu estava no jardim, sem malícia das delicias
querendo tocar trompete...
você falava em milícias, bombas, gazes, terroristas
de adaga a canivetes
Uma magía esquisita
pairava ao derredor
não sei se a pestilência...
fanatismo ou imprudência...
sei lá o que era piór
Alma solta...
terra santa...
a peste o encantamento
a morte o esquecimento
sonho sem malicia de magía
um lá fora outro cá dentro
um que dorme outro vigía
a desgraça em andamento.
Eu me lembro de você!
Era no meio de maio
resolveram dar o troco
Chamavas peste encantada
um exu na encruzilhada
um disfarse...um papagaio, eu ficando quase louco
tudo aquilo deu em nada.
Da poesia pro sopapo
Foi um triz pro entendimento
de forca a fuzilamento
não perdi um só momento
de observar os fatos.
Era maio, eu ja disse
e você nessa tolice de verter hipocrisias
era triste...ninguém ria
um desafio ao olfato
pregões da bolsa era o fato
quase que normalidade
naquele sol que ardia.
Depois do carnaval, o tédio
Ninguém aguenta sem o canto matinal
mataram todos os galos
diante disso me calo
isso não é acidente.
É um oriente médio!
Sem essa de dedo em riste
essa atitude expúria
guerra santa
terra sangrenta
jardim das lamúrias.
* * *
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