Meu Repartir

Em meio ao silêncio ensurdecedor
De dias claros de verão,
Me revolvo em pensamentos banais,
Porém, acolhedores...

Procurando ser quem nunca fui,
Para poder estar com quem nunca estive...
E pelo menos me lembrar
Do som da minha voz.

Cor, textura, aroma, sabor:
- Falem comigo!
Já não os sinto como antes,
Apenas sinto a solidão
Me empurrando com seu vazio,
Me ameaçando com sua inocência...
Me afastando da idéia
De estar longe de tudo.

O que aumenta a ansiedade de repartir os sonhos...
Mas sei: sou muito limitado!
Em vão tento preencher com sentimentos
Um espaço onde só cabe a razão...
Aumentando a vontade de voltar no tempo...
Antes que seja cedo demais
Para acalmar os sorrisos,
E acanhar as lágrimas...