Mãos que se aconchegam,
Mãos que se apertam...
que se acariciam...
que se umedecem...
que se entrelaçam...
que se amam...
Por que separá-las,
Fazendo-as entristecer...
Por que expulsá-las
Do seu paraíso?
Por que deixá-las
Ficar frustradas?...
Se... só juntas é que parece
reinar a paz...
a compreensão
e o amor.
Mãos que se fogem
Entre lágrimas esconsas,
Fazendo transparecer
Uma indiferença inexistente... ignota...
Mãos que se esforçam para deixar às vistas
A liberdade de si mesmas...
A inquietção...
A insatisfação...
O desejo de conquista...
do desconhecido...
Pobres mãos separadas,
Que na hora do adeus
Ficam na ânsia de se agrilhoarem...
de se aprisionarem...
E neste átimo, já não almejam aquela liberdade
Ensaiada de dançarem a valsa da indiferença ao mundo ignoto...
De se jogarem num ritmo desencadeado
E de frequência inconstante...
Clamam tão somente a união,
Quando já não é possível...
E se afastam no adeus irresoluto...
E se acenam...
E se olham mais uma vez...
E a liberdade então já não é falsária...
Embora não lhes tragam a satsfação tão almejada...
Faz-lhes doer o âmago...
E se olham num último aceno...
E se vão a chorar!
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