Seus  olhos vêem  mas não  enxergam

Seu  olhar  denuncia a loucura existente

Ouve mas não  escuta,  sente . . . mas não  sabe  porque

Anda, mas  sem  destino, sonha como em  um  pesadelo

Caminha   como   dentro  de si, de um  lado  para   o outro

Em  base piramidal, que é um vértice oblíquo

Não  sabe ver  e nem  se ver  em  um  mero  espelho

Seu  único  parâmetro  é seu  acumulador energético

Balbucia apenas . . . sons guturais

Tenta transmitir algo,  inutilmente

É  tão  virtual  e desvirtuado

Corre o  tempo  todo  para  tentar alguma   liberação  no  cansaço

Obtendo  somente,  a dor da carne  viva

O  que prospera  é a demência  incontida

O  que viceja é a vontade de acabar com  o sofrer

E  sua mão  robótica  traduz  o  desespero

Arrancando  os fios  conectados  as fontes de sua prolpusão

Seu  corpo  então  treme,  enquanto  os circuitos apagam-se um  a um 

Em  um  último  e incontido  frêmito,  tudo , , , tudo  cessa

Então  uma placa ainda  quente, se separa  e pula  do  corpo  no  chão

Deixando  ver  uma  inscrição  em  relevo,  onde se lê,

"FABRICADO  ESPECIALMENTE PARA AMAR E SER AMADO"

 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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