Ela  olha para tudo  e para   todos

Na  verdade  ela olha para ela

Quer simplesmente  se ver através,

No  revés do  través,  sem  exposições

 

Sente mas não   pressente

que  o  mundo  é muito . . .

muito  ausente e inconsequente

A  loucura não  é referência,  é  lei

 

A  demência  crônica habita

e nos habitua aos limites da dor

das feridas do corpo  e da alma

Ao  travamento  dos sentimentos

 

Ela  vê  no  céu  as estrelas

que  aumentam, pelas lentes

formadas nas lágrimas

Desejando  estar lá . . .  esquecer

 

Seu próximo  passo  será na dúvida

Os pés pisam na fluida  incerteza

e o  último  ato  apenas e somente é consciente . . .

Aquele salto  suspenso  no  nada . . .

 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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