Estranha poesia
A minha poesia é estranha!
Não sei se o que escrevo
Vem daquilo que eu sinto
Quando me perco em suspiros
Já quase a desfalecer nas carícias
Da solitária madrugada,
Ou das mentiras que eu conto
Como sendo verdades
Sobre as verdades que eu minto.
Os meus versos têm mistério!
Um mistério antigo
Espetado como estrela
Na ponta de uma varinha,
Uma rima já quase esquecida
De uma poesia que não existiu,
Um caminho... Um destino...
O fim que eu supunha
Estar ainda muito distante.
Meus versos são cacos de um espelho
A refletir pedaços da minha vida,
Nas imagens... Nas palavras...
O corpo mente, eu sei!
Mas a alma não consente
E se revolta nas estrofes
Proclamando a alegria
Que eu jamais senti.
Os lábios, porém denunciam
No silêncio tristonho
 De um sorriso forçado,
Que essa festa não é minha,
Se por fora as palavras estão nuas,
Por dentro a esperança                                 25/04 2006

Ainda luta por minha vida.                            

Abner Poeta
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