Me encontro com o silêncio desta casa
e sinto a dor doendo no meu violão
que triste e mudo me olha e convida
como se eu lhe devesse uma canção.
 
Meu quarto abandonado me recebe
poemas pelo chão adormecidos
rascunhos de canções pelas paredes
velhos retratos do meu grande amor.
 
Recolho em pranto o sonho que me resta
e pela fresta o sol me acaricia.
Abro a janela, então a casa inteira
 
vai se mostrando tão cheia de vida.
Iluminado seja este poeta
que me entregou a chave da poesia.

GONZAGA BLANTEZ
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