Lá no fundo, bem lá no fundo de minh’alma
onde restos de ilusões se queixam
recolho retalhos do tempo
e reconstruo uma lembrança antiga.
Deito-me no chão frio da velha casa
e agasalho na sílaba da minha dor
o silencio morno da palavra.
Tua presença que é balsamo e desejo
Foge de mim sem dó ou piedade
e depois no abandono me deixo
sem endereço ou paradeiro
Vago por aí desamparado
Estranho, e indiferente
neste corpo que carrego o desamor
GONZAGA BLANTEZ
© Todos os direitos reservados
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