Sou um furacão à atravessar as ruas
Para cada amor que não tive,
E mulher que não amei,
Uma lágrima surge em meu orgasmo.
Sem amigos,
Sem aplausos,
Vou!
Vou!
Sem destino, guiado apenas pelo vazio, eu vou!
A chuva afasta os transeuntes e sobra eu,
Eu e o vento!
A ira se transforma em notas musicais
E a dó em versos.
Quem os canta está apenas representando meus sentimentos.
Caras pálidas em frente a escolas e festas
Flertam o belo
E o feio que passa, despercebido,
Flutua no ar em tranqüilo desespero.
Cada vez mais as pessoas parecem querer ter e adquirir
Se prendendo mais e mais a bens
E nisto tudo chego a conclusão que o grande lance
É não estar preso a nada.
Não tenho nada!
Não devo nada!
Sou livre,
Apesar da escravidão!
O mundo segue seu rumo,
E eu o meu!
Não adianta chorar,
Não adianta berrar,
Ninguém vai te ver.
Ninguém se importa!
O mundo é cruel com quem se importa com ele,
Mas não fique assim,
Vamos tomar outra!
 

 

Lucio Vargas
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