São agora muitos meus desejos
Mas eu caibo neste espaço
E se me perco em uma cobiça indecente
Nem meus amargos receios
Me sufocam mais como laço
Se entre lençóis e devaneios
Rasgam minhas pernas e meus braços
Sustenta-me firmemente este deleite
De olhando estes olhos claros tão verdes
E caindo em teu regaço
Ter acalmado meu peito doente
Que por desamores e cansaço
Já nem sabe o que é ser contente
Exceto neste momento
Em que teus olhos me varrem meu corpo
Enquanto me resguardam teus afagos
E tudo o que hoje fora consistente
Tendo tido seu momento e seu espaço
Se tornou voz muda comparado ao que meu corpo agora sente
No teu colo deitado um menino carente
Vendo tua boca e desejando um beijo insinuante
Que me julgue ser amante perfeito ou amante errante
E eu aceito esta nova identidade...
Desde que em teus braços eu novamente me deite...e novamente...e novamente...
E até que não haja mais lua...eu vou gotejar como orvalho refrescante
Que revigora mesmo as já tão belas flores
Eu te quero ser revigorante
Ao ver este verde me sorrir contente
Animando-me meu semblante
Busca-te ainda mais minha mente
Condeno-me a ser teu amante
Em um lugar onde agora te pertenço
Procuro alcançar ainda só mais um desejo
Por favor, não se vá embora
Fique por mais um instante
E eu prometo lhe pedir novamente
Que fique pra sempre...e que nunca vá embora...nunca mais vá embora..........
Mesmo que eu seja apenas um errante....
...André Ruis...
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