A geleira quente queima-me o corpo
no porão há muita poeira
e as maquinas não estão respirando
trabalham para a morte
a música está contida na alma
novicentos dias sem o doce gosto da luz da manhã
apenas uma restia de fogo nos impulsa
para o futuro que é indecifravel
na memoria ainda a melodia do choro
da moça inocente.
os dias ainda turvos
reflito na folha infinitamente branca
a solidão terá fim
e para a poesia quero apenas
o banho matinal.
Boca da Mata
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