O MORRO


Da minha humilde casa avisto um morro
Que contrasta com ela... é imponente!
Pois desafia o céu, tão indif'rente,
E é neste olhar de inveja que o percorro

Impassível no sítio e no tempo
Não tem como os humanos dor ou mágoa
E chove nas encostas, escorre a água,
Em nós seria choro... nele, alento...

Não sabe o que é a paz, o que é a guerra...
As pedras até luzem nas encostas
Cercam-no lindas nuvens lá no céu

Ah que mistérios que no tempo encerra!
Meu pobre coração como tu gostas
De amar a natureza, o que ela deu...

Joaquim Sustelo

(Este poema faz parte de um DUETO com Efigénia Coutinho no site SALA DE POETAS)

Joaquim M. A. Sustelo
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