Hoje pela manhã tive a nítida sensação de que as mazelas de nosso cotidiano haviam desaparecido; falso sonho e falso desejo, pois gostamos mesmo é de um mórbido sofrimento.
Andei por toda cidade e os rostos sorumbáticos davam o tom de que meu sonho não fora nostalgia, estamos escravizados, vivendo o milagre da inconstância humana.
De certa maneira pensei de forma trágica, mas não achei culpados, não existe culpa no que se anseia com sofreguidão, e as fofocas e confusões fazem parte deste sórdido desejo.
As canções e os sinos tocam por mera formalidade, sequer notamos a sua incômoda sintonia, o que gostamos é do movimento, da tortura e da enorme distorção que nossos olhos e ouvidos se acostumaram e sequer vão sofrendo.
O conflito de egos e vaidades ultrapassou o embate entre corpo e alma, bem e mal deixou de seguir o bom senso, o caos domina nossa animosidade e mesmo que esqueçamos a morte estúpida ou aquele crime destacado nos telejornais; pode ter certeza que o dia...vai se perdendo !