tudo dói!
gira e bate,
geme e rói!

bato a colher
no fundo do prato
de lata.

ninguém
estende um
pedaço de pão.

miseráveis!

que fazem com tanta
fartura que receberam?

como um cão esfomeado,
vago pelas ruas
solitárias e escuras.

faminta e friorenta
me enrolo nos pedaços
de página do sol,
que ainda sobraram.

vou morrer nesta pocilga
de vida, que me condenaram,
os que não sabem
compartilhar amor !

Maria
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