E quando o vermelho
tingir o coração da alma,
enxergarei o seu rosto
expresso em felicidade.
Ficarei perdido num espaço
entre a realidade e a ilusão.
Talvez quisesse, nesta hora,
ser pintor e desenhar tua imagem.
Usaria de muitas cores,
mas todas em tons claros.
E o papel deixaria
de ser algo físico para ser etéreo.
Seria a pétala de rosa,
seria a asa da borboleta, sei lá...
Algo de tão delicado
que haveria de parecer frágil.
Mas qual engano,
traria um segredo guardado,
num jogo onde a brincadeira é viver.
Mostraria a ilusão
da força frente à fragilidade.
Seria plenitude da delicadeza
e nem por isso frágil.
Iria me assustar
com tamanha firmeza de tua paz.
E eu, sem ter o que dizer,
me envergonharia de minha guerra.
O coração bateria mais forte
e a poesia correria pelas veias.
E a inspiração tomaria
cada célula de meu corpo,
cada átomo de minha alma.
E haveria de apenas ser,
para estar em ti,
para divagar no teu existir.
Existindo em ti,
para, então,
sobreviver em mim.
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