Pés descalços feridos
Que a muito caminhão
Procurando a direção
 
Pés desnudos machucados
De tantas pisadas
Mesmo que por mais delicadas
 
Feridas do trajeto
Na corrida da vida
Cheios de flagelos
 
Pegadas, pequeninas elas,
Mas ambas doloridas
Do trilho indevido da vida
 
Manchas talvez deixadas
De sangue nos espinhos,
Pedaços largados
Nas farpas feridas
 
Inocentes pés...
Calçados em dor
E na constante fuga
De um não sei quê!
 
Na lida aflita
De feridos pés descalços
Calejados, adapto
Ao trajeto de uma vida
Carregadas de feridas
Que diria não serem
Bem vindas.

Allinie de Castro
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