É ruim, mas é bom
Quando a esperança rui
Sem perder o tom
Digo, fui!
O ideal incompreendido
Meu anseio dilui
Por não ser absorvido
Então, fui!
Crio pouco, mas é muito
Quando alguém não retribui
É lampejo fortuito
Por isso, fui!
Nada a lamentar
Mas se a arte não flui
Antes que me torne abismo de criar
Chega! Fui!
Saudades, sentirei talvez
Mas alguém contribui
Para minha acidez
Basta! Fui!
Não perderei meu nicho
Minha arte evolui
Fique com seu capricho
Fui!
Dedico esse poema aos algozes da criatividade, que, por sua incompetência, felizmente, fracassam. Mas, lamentavelmente, obtém êxito no retardamento do processo evolutivo da instituição. A essas aves de rapina, que cumprem seu papel de sobrevivência servindo-se da carniça do favorecimento público ilegal, o meu desrespeito e a minha indiferença.
São Paulo
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