® Direitos reservados a Simone Helen Drumond de Carvalho
Com a chegada dos portugueses ao Brasil, uma nova era de mudanças ocorreram na vida dos povos indígenas que aqui habitavam: os colonizadores tomaram conta da terra que até então era deles, iniciando-se assim um processo de exploração da cultura e do trabalhado desses nativos, porém esse povo forte não se curvou diante das imposições do branco.
Nossos irmãos negros, que chegaram ao Brasil nos porões das embarcações de tráfego negreiro, sofreram também anos de escravidão. Mas, apesar de pacíficos, nunca deixaram de lutar honestamente pela liberdade. Essa liberdade ecoou nos versos de vários poetas e principalmente de Castro Alves. Enfim, com a assinatura da Lei Áurea de 1822 , pela princesa Isabel, foi abolida a escravidão do negro no Brasil. Porém, após mais de dois séculos de assinatura dessa lei, a escravidão ainda existe em diversos segmentos da sociedade.
A história registra um fato muito mais chocante, desconhecido por muita gente e que começou no início da colonização do Brasil e continua nos dias atuais: a exploração do trabalho infantil a que chamamos de mão-de-obra invisível.
Hoje, no Brasil, existem quase oito milhões de crianças que não têm as mesmas oportunidades que a maioria, pois trabalham até 12 horas por dia, debaixo de sol ou chuva. Algumas delas, com idade média de 4 anos, costumam trabalhar sem nenhuma proteção nas lavouras de laranja, nas carvoarias e nos canaviais. Muitas outras trabalham com suas famílias nos lixões das cidades. Em Manaus e em todo Brasil, podemos ver crianças trabalhando como vendedoras, engraxates, flanelinhas, lavadoras de carros, dentre outras atividades; muitas vezes obrigados pelos próprios pais. E não sobra tempo para o essencial: o estudo e o lazer.
Além disso, existem as crianças que são escravas das pessoas que administram os times de futebol. Os caçadores de talentos fazem as crianças treinarem até a exaustão a fim de torná-las grandes esportivas e, para depois, vendê-las como mercadorias para clubes nacionais e internacionais.
Hoje, a Constituição Brasileira estabelece Leis que garantem os direitos e deveres de todos os cidadãos, independente de raça e credo, porém o Brasil é um país de contradições, pois não garante na prática que tais direitos sejam exercidos.
Dentre essas leis há o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído pela lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que garante às crianças e adolescentes proteção integral e que coíbe o trabalho infantil.
É preciso, pois, uma ação global, em que toda a sociedade brasileira se envolva a fim de fazer valer esse estatuto e erradicar de vez a exploração do trabalho infantil no Brasil e garantir a todas as crianças os direitos básicos: alimentação, saúde, lazer e educação.
É nosso dever como cidadão e cristãos mudar o curso dessa história.
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