Desenganos (soneto)

Desenganos (soneto)

Com o correr dos anos passando,
Desenganos e dor vêm cruelmente.
Nossa pobre cabeça branqueando,
Levando a mocidade que foi da gente.
 
Toda uma vida vai se apagando,
No ultimo estertor adolescente.
E pouco a pouco vai se afogando,
No tempo que passa velozmente.
 
Olhando a estrada já percorrida,
Num sobressalto, um brusco espanto,
Vamos atrás da vida, numa triste despedida,
 
E a esperança nos acena com mão.
Triste miragem de sonho e desencanto,
Fazendo morrer o âmago do coração.
 

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Jose Aparecido Botacini
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