O mundo é governado                             
por Sorrisos! Não por governos!                    
Sorrisos sarcásticos,                                   
Maléficos, imbecis                                    
Cruéis, frios, pragmáticos.   
                      
Sorrisos dos 100 deuses                       
Que ordenam os números.               
Sim! Nós, os rostos onde                    
se reflectem os sorrisos,                             
Somos apenas números.            
 
Dez mil foi o número                                
De rostos que em Bhopal                             
Não viram o sorriso                                   
imbecil e imperial                                          
Do deus Uno Carbide.                                  
Acontece! Não foi por mal,                           
 
Disse o deus Isocianato:                
- Salvamos bem o nosso capital,                   
E os mortos da Índia Central,              
Tiveram um digno funeral.            
Somos pessoas de bem e não, mal!  
 
Sorriso do deus da igualdade.                  
Cruel, sarcástico...impessoal.                         
Escondendo os números negros                       
De Chernobyl.  Pouca coisa! Disse,
Sorrindo, o deus-uno, fraternal!
 
E o sorriso de pai e filho,                      
deuses de pistolas de cow-boy?       
Sorrisos de aço, em desprezos                        
De napalm, em rostos indefesos   
Em numero indeterminável!       
 
Sorrisos vermelhos do fogo    
Dos poços profundos ardendo. 
Sorrisos vermelhos de sangue   
Dos corpos moribundos ardendo! 
Sorrisos vermelhos de ódio   
 
Porque ainda há um rosto, 
Desafiando nosso sorriso, 
O sorriso do nosso poder! 
E o sorriso do banqueiro
Que manipula o nosso labor?
 
Hipócrita, ladrão, talvez pior
Que o sorriso de Napoleão,
Matando no seu cavalo branco,
Sorrindo sobre os rostos mortos
Em nome da fraterna união.
 
Os sorrisos de furor do FÜhrer
Sobre a chuva de gás dormente
Que banhava inocentes, rostos
Simples, em gente de enlouquecer!
E o sorriso de Mitra, deusa
 
da Luz, acendendo a fogueira
da inquisição? Cruel e matreira,
era a expressão da sotaina  
de crucifixo na mão, queimando a
 
negação do rosto que dizia sim,
quando queria dizer não! O mesmo
sorriso da mitra pedófila que
de pénis na mão, viola criança,
mantendo o sorriso de salvação!
 
O mundo é feito de sorriso.
Cruel, sarcástico, maléfico!
Sorriso, em vias de extinção,
Porque o rosto dos que não riem
vale mais que o Sorriso da Maldição!
 
 
angelino
 
Jun-10
 
 

santos silva
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